O PRETO
Negação das Cores.
Se o branco é a reunião de todas as cores, o preto é a ausência de toda cor. O preto é, propriamente dito, a sombra, a obscuridade, a noite.
Para René-Lucien Russeau, o preto é a negação da luz, tornando-se por isso o emblema de toda negação, do Nada.
É naturalmente o símbolo da morte, que é a negação da vida.
Na Antigüidade, touros pretos eram sacrificados a Netuno.
Na antiga Índia sacrificavam-se cavalos e touros negros ao Rio Indo.
A cor de Saturno, por vezes, era negra e o seu dia era sábado, o mesmo dia de Jeová para os hebreus. (Jeová é um Deus com características vulcânicas, em que a lava endurecida é escura).
Saturno, o deus do tempo edevorador dos próprios filhos traz uma foice na mão, como a morte.
O sábado (sabbat) também é o dia de alguns feiticeiros, que cultuam a natureza e suas profundezas.
Alguns cultos satânicos também utilizam o sábado e a cor negra.
O livro de Gênesis dos Persas (Boun-de-Mesch) diz que o primeiro casal humano, quando perdeu a graça divina, cobriram-se de hábitos negros, para marcar o luto.
Provavelmente daí surgiu tal costume, para marcar a perda de um ente querido.
Entretanto, não podemos nos esquecer de que alguns monges e monjas se vestem de negro para trazer à morte os prazeres terrenos (buscando o grau espiritual).
A Terra, enquanto império dos lugares ocultos subtraídos à luz, das grutas, dos poços, dos cursos d'água antes de irromperem à luz do dia, é simbolizada pelo Negro.
O Céu é branco e a Terra é negra e é do abraço de ambos que nascem todos os seres.
Para muitas culturas o negro é a sombra, o nosso duplo; a obscuridade, a noite. É o aspecto mais profundo, o subterrâneo, as grutas, o fundo do mar e o espaço infinito, da noite.
A noite é uma nova vida.
Todo fim é também um recomeço infinito, matéria ou não
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