sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Os Pagãos Hoje

Venerar as antigas divindades pode parecer estranho nos dias de hoje. Por que os Pagãos veneram essas antigas e empoeiradas imagens? Nós veneramos nossos deuses porque eles não são artefatos arqueológicos, mas sim energias vivas de grande poder. Eles superam qualquer imagem externa de suas estátuas retiradas de templos antigos que agora estão em museus ao redor do mundo. O mais importante é que sobrevivem na memória humana, no inconsciente coletivo, onde armazenamos nosso conhecimento religioso e experiências.

As crenças pagãs são baseadas em ensinamentos, mitos e sagas que sobreviveram através de centenas de anos. O Paganismo nunca morreu. Apesar de nossas antigas crenças pagãs terem sido vistas apenas como mitos ou contos de fadas, as histórias que ouvíamos de nossos pais ou na escola, pareciam não ter importância. No entanto, o fato de considerarmos e repassarmos esses mitos, mostra que eles tinham importância sim! De geração em geração, esses mitos e lendas têm sido passados de boca em boca. Eles foram cantados pelos Gregos nas águas do Mar Egeu, pelos bardos Nórdicos, pelos bardos Irlandeses... tanto que eles podiam penetrar campos de batalha sem serem atingidos, pois eram imunes a qualquer violência ou impunidade.

Os mitos têm sobrevivido porque falam conosco na linguagem da noite, dos sonhos, através de simbolismos e alegorias. Eles incitam a mente consciente porque não os compreendemos totalmente; bem sabemos que através de seus simbolismos existem verdades imortais. São como grãos de areia dentro de uma concha de ostra. Nossas mentes sempre operam através deles, muito mais que nossa consciência possa imaginar. Eles persistem e retornam quando lembramos de histórias há muito esquecidas. Eles são relembrados em filmes de fantasia ou de ficção científica que vendem aos milhões ao redor do mundo. E, como o grão de areia em uma ostra, às vezes produzem pérolas de grande valor – a pérola do conhecimento.

Mitos são importantes porque neles está contida a sabedoria espiritual, não de um indivíduo, mas de muitas pessoas em um longo período do tempo. Eles não são as revelações religiosas de um determinado homem que os fez e refez até torná-los distantes de sua forma original perdendo toda sua verdadeira essência. Eles são os sonhos vívidos dos deuses que ainda respiram, enviados para mostrar nosso verdadeiro destino, o qual seria viver mais uma vez em unidade e harmonia com as forças divinas dos Céus e da Terra.

A religião pagã está a nossa volta – na paisagem moldada por gerações, nos montes sagrados ou círculos de pedras, lugares onde gerações e gerações vieram honrar e venerar os deuses de seu povo e de sua terra. É uma religião que se preserva através de suas músicas folclóricas, das suas danças em cada troca de estação. Nós fazemos nossas bonecas de palha de milho, brincamos com as maçãs no Halloween , nem sempre lembrando que estes são os remanescentes de nossos ancestrais Celtas, Germânicos e de outras tribos que delinearam as heranças do Ocidente.

Assim como entramos em um novo milênio, nós estamos presenciando um renascimento das antigas tradições espirituais. Os antigos Deuses e Deusas adormeceram por um período, mas agora estão despertando. O Paganismo é mais uma vez praticado em toda Europa, América, Austrália, Nova Zelândia... É a religião oficial da Islândia! Essas tradições não são unicamente praticadas na Europa. Pessoas no mundo inteiro estão rejeitando novas religiões e estão retornando ao conhecimento de nossos ancestrais.

Alguns Pagãos veneram os deuses de seus ancestrais, ou do lugar onde vivem. Também podemos estranhamente estar ligados à deidades que não fazem parte de nossa terra ou de nossa herança racial. Muitas pessoas no mundo veneram deidades egípcias, por exemplo. Muitos Pagãos veneram divindades de diversas religiões, de diferentes tradições. Eles podem adorar a Grande Mãe, observando as diferentes formas nas quais essa divindade é venerada em vários lugares do mundo. Outros podem venerar Odin ou Cernunnos.

Alguns adoradores dos deuses pagão definem-se simplesmente como Pagãos, ou adoradores da Deusa, ou membros da Velha Religião. Outros seguem tradições particulares dentro do próprio Paganismo. Um dos mais conhecidos é o Druidismo. Os Druidas eram os sacerdotes dos Celtas, também eram grandes poetas e curadores. Existem muitos grupos que estudam as habilidades do Druidismo e veneram seus deuses. Outros autodenominam-se Odinistas, seguidores de Odin, ou Asatru, seguidores dos grandes deuses do norte da Europa no qual sobressai-se Odin. Outros colocam-se como seguidores da Arte, ou Bruxaria (Witchcraft ou Wisecraft). Não a Bruxaria que, dizem, segue as forças negras ou de adoração ao Diabo, mas sim a verdadeira arte dos sábios daquele povo. Este é um caminho abençoado de cura que venera os deuses, que pratica magia, artes de cura, de autoconhecimento e de Visão – as habilidades psíquicas inerentes a todos nós tem sido suprimidas nesses últimos séculos.

Alguns denominam-se Wiccanianos, uma forma de Arte que venera a Grande Deusa e seu consorte, o Deus com Chifres. Mas também inspira-se nos mistérios da religião do antigo mundo que ensinou aos nossos ancestrais o caminho para o autoconhecimento e para a sabedoria dos deuses.

Alguns Pagãos praticam os mistérios dos antigos Gregos, ou Romanos. Na América do Norte muitos buscam inspiração na espiritualidade de ancestrais nativos, talvez simplesmente porque sintam necessidade de resgatar sua herança porque acreditam que a espiritualidade está enraizada na herança de sua terra, ou da terra para o qual imigraram.

Mesmo que a forma de veneração dos antigos deuses seja diversificada, isso é o suficiente para que sintam-se integrantes de um movimento espiritual que está em evolução, o Paganismo.

A Mãe das Estrelas

...”Ouça as palavras da Deusa estelar, cujo corpo engloba o universo e a poeira dos seus pés forma as hostes celestes”. O Mandamento da Deusa, de Doreen Valiente.

A humanidade sempre sentiu fascínio pelas estrelas e ao longo dos tempos as constelações ofereceram imagens e sabedoria para a criação de mitos e lendas. Os nomes atuais das estrelas são, na sua maioria, de origem grega e romana, porém muito antes destas civilizações, os povos nativos exploravam a vastidão do céu e criavam seus próprios mitos e arquétipos divinos.
Os nativos norte-americanos consideravam a “estrela matutina e vespertina” (nomes de Vênus nas suas diferentes aparições em função da época do ano) como representações do princípio masculino e feminino. Um motivo comum nas suas lendas era a metamorfose de uma Mulher Estrela em uma linda mortal e seu desaparecimento depois de casar com um humano. Outros mitos chamam as estrelas de Filhos do Sol e da Lua, que, por temerem o Sol que engolia seus filhos, desapareciam de dia e voltam para dançar junto da sua mãe, a Lua, na chegada da noite. Os povos siberianos acreditavam que as estrelas são janelas de cristal pelas quais os deuses olham para a terra, o céu sendo uma grande tenda. A Via Láctea - que marca o centro da nossa galáxia - é descrita por alguns mitos como uma estrada, rio ou ponte entre os mundos.
Os índios navajos dizem que ela foi formada pelo coiote que espalhou pedras brilhantes no céu, formando a ponte que liga o céu à terra. Já os maias achavam que ela era a estrada pela qual as almas iam para o mundo subterrâneo. No antigo Egito a luminosa estrela Sirius era alvo de veneração, seu aparecimento no céu coincidindo com a cheia do rio Nilo que trazia fertilidade e prosperidade. Os templos de Ísis, Hathor e Nut eram orientados para Sirius, que era o local de repouso das almas dos faraós e sacerdotes. Ísis era tradução grega do nome Au Set ou Sothis, equivalente de Sirius. A constelação Canis Maior a qual pertence Sírius é formada por 7 estrelas que deram origem aos 7 aspectos de Hathor e à serpente com 7 cabeças. A deusa árabe Al-Uzza também é associada com Sirius; os mitos semitas relatam a descida das deusas Ishtar e Astarte do planeta Vênus. Os títulos Rainha Celeste e Estrela Guia foram atribuídos a estas deusas, bem como à Inanna e “herdados” depois por Maria.Inanna era descrita vestida com uma túnica de estrelas e um cinto formado pelo zodíaco.
Existem inúmeros mitos sobre as Plêiades, chamadas também de Sete Irmãs, “A galinha e seus pintinhos” ou “As choronas”, sua aparição sendo prenúncio da estação de chuvas, um marco importante para navegação e início do Ano Novo em vários lugares.. Elas formam um pequeno grupo na constelação de Touro, seis sendo visíveis a olho nu. Em contraste com seus efeitos míticos benéficos, na astrologia lhes é atribuída uma influência nefasta, presságio de cegueira para aqueles que nasceram debaixo da sua influência (grau 29 de Touro). Mitos celtas e maias atribuem a construção dos sítios megalíticos, círculos de menires e pirâmides a um enigmático Povo das Estrelas e aos viajantes vindo das Plêiades.
A Mãe das Estrelas é uma divindade cuja antiguidade e complexidade foge à nossa compreensão racional. Ela abarca toda a vastidão e diversidade do universo, regendo o tempo e a ausência dele. Ao mesmo tempo é gentil e terrível, simbolizando criação e destruição, o milagre do nascimento de uma estrela e a explosão violenta de uma super nova. Tanto é a luz difusa e longínqua das nebulosas, quanto o calor do Sol, o brilho da Estrela Polar ou o mistério dos buracos negros. Para conseguir alcançar o seu misterioso e profundo poder, precisamos nos distanciar dos arquétipos e diversos nomes a Ela atribuídos ao longo dos tempos.
Podemos apenas imaginá-la como uma figura nebulosa formada pelas galáxias, cujos cabelos ondulam no movimento dos cometas e os seus passos são marcados pela poeira estelar. Seus olhos brilham como estrelas super novas, seu sorriso esquenta como os raios do Sol e Ela protege os viajantes da Terra, do mar e do espaço com suas asas radiantes. Seu elemento é a escuridão que abrange e conforta, mas também é a luz que brilha e guia. Seu halo cintila com cores estelares, do ultravioleta ao infravermelho, passando pelo azul, amarelo, vermelho ou simplesmente branco. Pode ser vista como uma Deusa Tríplice personificando a passagem do tempo ou apenas Mãe, pois Ela é a Fonte de tudo, o começo e o fim.
Para ouvir Sua voz no nosso coração e sentir o Seu abrangente abraço, precisamos apenas olhar para o céu estrelado e refletir sobre o movimento eterno e infinito dos planetas, estrelas, constelações e galáxias, círculos dentro de círculos, mundos dentro de mundos. Sentir a nossa pequenez de simples átomos do Seu corpo, mas também a nossa grandeza espiritual por sermos Suas filhas. Iremos encontrá-la se mergulharmos dentro de nós, na nossa alma, percebendo-a como nosso Sol e doadora de vida, a nossa estrela Guia. E, se quisermos refletir suas bênçãos, devemos irradiar nossa própria luz, como pequenas centelhas da sua gloriosa e radiante chama. Pois ela é a Mãe de todos nós, o Alfa e Ômega do Todo, a Senhora Estelar primordial.

Cornucópia da Abundândcia

 

A palavra é originária do latim (cornu copiae = chifre da abundância). Trata-se de um símbolo relacionado à fartura da alimentação e à abundância em geral. Na mitologia grega consta que Almatéia (ninfa do Olimpo) alimentou Zeus com leite de cabra. Em toca desse favor, Zeus ofertou-lhe um chifre desse animal, que tinha o poder de dar à pessoa que o possuísse tudo o que quisesse. Deidades da mitologia grega – especialmente a deusa Fortuna - eram por vezes representadas com o chifre repleto de bens. 
Cornucópia da Abundância

O Chifre tradicional da Abundância, ou Cornucópia, é um símbolo de generosidade, boa colheita e tem implicações mágicas bem-definidas. O próprio chifre é um símbolo fálico, representante do Deus. O interior do chifre simboliza o útero, especialmente quando está cheio de generosidade da terra fértil, e representa a Deusa.

Faça ou compre uma cornucópia. Encha o chifre de frutas, flores, grãos e moedas, de forma que eles sejam derramados sobre o Altar. Some outras coisas mágicas, como folhas de carvalhos ou bolotas, avelãs ou cartas de Tarô. 

 Constelações da Bruxaria

Livro: Os Pilares de Tubalcaim
Autores: Michael Howard e Nigel Jackson

Capítulo XX
Órion e o Grande Caçador

No século XIII, o escritor Saxo Gramaticus escreveu um relato sobre a vida e a era do príncipe Arnleth ou Hamlet da Dinamarca. Arnleth era uma variante de Arnlodi, o ser sobrenatural nos mitos nórdicos sobre a criação, cujo moinho mói as estrelas. Esse moinho [parece ser a Estrela Polar] ficava em uma ilha protegida por um grupo de mulheres gigantes chamadas As Nove Damas [parece ser a Coroa Boreal]. Arnleth, o pai, era chamado de Orvendell ou Earendell e foi descrito como o primeiro de todos os heróis a nascer. Earendell foi também um guerreiro e caçador que lutou contra os gigantes de gelo nórdicos, equivalentes aos Titãs. Ele era um amigo do deus do trovão Thor e um hábil arqueiro. Ele foi comparado com Wayland, o Ferreiro, Robin Hood e Órion, o caçador. O pai de Hamlet é uma figura um tanto quanto mítica, e dizia-se que ele tinha sido um ser humano que se transformou numa estrela. Essa é uma metáfora para o mortal atingindo o status divino ou união com Deus. Entretanto, o enredo se torna mais denso quando uma fonte anglo-saxônica descreve Earendell como o anjo mais brilhante, que foi enviado pelos homens pela Terra Média. Em alguns relatos, ele é descrito como a verdadeira refulgência (brilho ou iluminação) do sol que ilumina todos os dias para todo o sempre. Em eras anglo-saxônicas, ele foi associado a Vênus como a estrela da aurora ou estrela da manhã e ao arcanjo caído [segundo estes autores, encarnado. Ou seja, ele caiu na Terra, e não no Inferno.] Lúcifer. Em um comentário obscuro sobre Earendell, I. Gollanz, em seu livro"Hamleth in Iceland" (1898), citado por de Santilla e von Dechend (1977: 36), parece sugerir que Vênus, em seu brilho pleno no céu, era a Estrela de Belém, e compara o Crito criança com o deus Sol [por que será que isso me lembra Mitra?]No passado, o viajante sempre celebrava o surgimento de Vênus antes da aurora porque era sinal de que o sol logo surgiria para um novo dia 
Earendell é a forma do arqueiro divino arquétipo, cujas representações terrestres incluíam heróis folclóricos, tais como William Tell. Na verdade, a história de Tell acertando uma maçã na cabeça de seu filho foi a princípio creditada a Earendell. [Não sei porque, mas isso está me lembrando que Diana acertou uma flecha na cabeça de Órion, que nadava lá pelo horizonte.] Em um dos episódios mais famosos dos mitos de Robin Hood, ele compete disfarçado em um campeonato de arco-e-flecha. No cosmos, Earendell é associado à constelação de Órion e suas conexões Luciferianas. De Santilla e von Dechend chamam essa figura gigantesca de filho de Deus, o floresteiro e Grande Urso, todos nomes com conotações interessantes. Ele caça um búfalo ou um veado ao longo do caminho celestial da Via Láctea, que também é conhecida em mitos da Europa do Norte como Wodenwaeg ou Caminho de Woden. Earendell-Órion é o arqueiro que persegue seus animais totens pelo céu noturno. Adrian G. Gilbert o viu como outra forma de Herne, o Caçador, o deus bruxo que também está associado a Woden e Robin Hood. Nos contos folclóricos populares ingleses, Herne é um floresteiro a serviço real na floresta de Windsor. Um dia, enquanto caçava com o rei, ele o salva do ataque de um veado ferido. Herne mata o animal, mas, ao fazer isso, sofre uma ferida mortal. Um mago que convenientemente passava por ali instruiu seus colegas a cortar os chifres do veado e colocá-los na cabeça de Herne. Ao fazerem isso, ele milagrosamente ressuscita dos mortos. [Puxa. Que xamânico.]O rei recompensa Herne por ter salvado sua vida fazendo dele seu diretor-chefe. Infelizmente seus colegas ficaram com ciúmes, ou ele foi repreendido por caçar ilegalmente, e, mais tarde, um Herne deprimido se enforca em um carvalho atingido por um raio na floresta. Daquele dia em diante, seu espírito com chifres assombra os arredores do carvalho com uma matilha de sabujos espectrais. Em muitas formas da bruxaria tradicional, o Deus Chifrudo em seu aspecto de inverno é representado
como o Senhor da Grande Caçada. Tanto a tradição folclórica inglesa quanto a alemã dizem que o líder da Grande Caçada é Woden ou Herne [às vezes ela tem uma líder feminina, chamada Diana ou Holda ou Bertha ou Perchta]. No interior desses países, ela é por vezes chamada de Caçada de Caim. [Segundo esses autores, o fundador da Bruxaria é o ferreiro Tubalcaim, às vezes chamado Tubalo, às vezes Caim, às vezes Hefestos.]Na mitologia greco-romana, Órion foi amado por Diana, a deusa lunar da caça. Todos os dias, o jovem caçador costumava percorrer a floresta com seu fiel cão Sírio logo atrás. Um dia ele encontrou um grupo de ninfas de Diana dançando alegremente em uma clareira da floresta. Elas eram, na verdade, filhas do Titã conhecido como Atlas. Órion imediatamente as perseguiu [que rapaz afoito], mas elas se embrenharam ainda mais para dentro da floresta e foram perseguidas pelo caçador de sangue quente. Em uma tentativa de escapar de seu cerco, as ninfas pediram o auxílio de sua senhora Diana. Elas foram instantaneamente transformadas em sete pombas brancas e voaram pelo céu. Elas se tornaram as sete estrelas da constelação de Plêiades. Órion então se apaixonou por uma princesa mortal chamada Mérope. Seu pai consentiu o casamento deles, contanto que Órion realizasse um feito heróico para ganhar a mão dela. Órion, em vez disso, planejou abduzir Mérope e casar-se com ela em segredo. Quando seu plano foi frustrado, Órion foi cegado (como tradicionalmente foram Earendell, [São] Longuinho e Hodur, o assassino de Baldur) como punição e também perdeu sua futura noiva. Cego e impotente, Órion vagou de um lugar a outro esperando encontrar alguém que pudesse lhe devolver a visão. Um oráculo disse a ele para viajar para o leste e expor seus olhos ao sol nascente. Ele assim o fez e foi curado.
Em uma versão alternativa, a deusa da aurora Eos ou Eostre [esse não é um nome alemão?] se apaixonou pelo caçador cego. O irmão dela, Hélios-Apolo, restaurou sua visão. Em uma terceira versão, Órion perambulou na caverna de um cíclope, um dos membros dos Titãs, a raça de gigantes. Como disse o poeta Longfellow: "Ele procurou o ferreiro em sua forja. O cíclope disse a ele para escalar uma montanha e curar seus olhos vazios no sol nascente e sua visão seria então restaurada." Uma vez curado, Órion retornou para a floresta e sua vida de caçador. Ali ele conheceu Diana, e eles se apaixonaram. Para azar do casal devotado, Apolo tinha ciúmes de sua irmã [Alguém mais está pensando em Aradia, o Evangelho das Bruxas? Levante a mão.] e tramou assassinar Órion. Em um incidente muito parecido com a morte de Baldur, Apolo convenceu Diana a demonstrar suas habilidades com o arco. Ele a desafiou a acertar um ponto negro muito distante boiando no mar. Diana atirou e percebeu tardiamente, quando a flecha atingiu o alvo, que o ponto negro era Órion que nadava. Diana jurou que seu amor jamais seria esquecido e colocou a alma de Órion entre as estrelas do céu. Ali ele continua a caçar com seus companheiros animais, uma lebre e dois cães de caça. São eles: a Cão Maior, contendo a estrela Sírio, e a Cão Menor, contendo Procyon. Na mitologia egípcia, Sut-har (Seth-Hórus) era associado a Órion e Sirius, representado por um cão e um lobo.
Gilbert (1996) também associa Órion com o poderoso rei caçador Nimrod, descendente dos Vigias [os Guardiães], construtor da cidade pioneira e da Torre de Babel. Ele foi descrito pelo demonologista católico Montague Summers como um bruxo gigante de grande força. Como Nimbroth ou Nebroh, ele foi adorado como deus pelos Amonitas. Na Idade Média, o grimório do papa Honório invoca Nambroth como poder demoníaco de Marte. Isso o relaciona com Samael, o governante angelical de Marte, Azrael-Azazel e, claro, Shemyaza, pendurado no portão estelar de Órion.
A constelação de Órion parece ter tido alguma importância para os antigos egípcios, se for possível acreditar nos autores modernos. Em 1994, Robert Bauval e Adrian Gilbert publicaram o resultado de sua recente pesquisa nas pirâmides e seus significados. Eles ligaram esses monumentos com Órion e o enterro dos faraós. De acordo com a teoria deles, as pirâmides foram construídas para formar um mapa de estrela na paisagem, refletindo o céu noturno acima. Não apenas isso, mas também em ritos funerais, a múmia do faraó era colocada em uma câmara dentro da pirâmide em posição de uma haste para o exterior alinhada com a constelação de Órion. Um rito mágico era realizado para libertar a alma do rei para que ela pudesse tomar seu lugar como o Osíris renascido no portal estelar de Órion. Existe uma quantidade considerável de tradições estelares antigas, direta ou indiretamente, ligadas às tradições luciferianas. Por exemplo, a tradição da estrela cigana registrada por J. A. Vaillant em seu estudo "Les Roms" (Paris, 1857) descreve as constelações circumpolares como o Livro de Enoch ou Tro-Tehitio sideral original, o nome cigano para Hermes Trismegisto, de onde todos os destinos eram disstribuídos para o mundo. Isso acontecia via matrizes planetárias zodiacais ou tipos celestiais de arcanos maiores do tarô. Os informantes de Vaillant lhe disseram que o destino dispensado por essa roda de estrelas dispensava o destino das excursões da tribo de Rom. E. B. Trigg (1975) descreve que foi um ferreiro cigano que forjou os quatro pregos da crucificação. O quarto prego tornou-se tão quente que não pode ser removido da forja, e apenas três foram usados [então a Estrela Polar é o quarto prego]. Esse quarto prego foi a ruína dos Rom desde então, forçando-os a vagar pela Terra sem um lar, como o Judeu Errante, em uma tentativa de escapar de seu destino.
Os Rom também têm um relato sobre suas origens que diz que eles descendem da união incestuosa de Tubalcaim e Naamá ou Chem e Guin, o Sol e a Lua [e eu descendo dos Rom. Será que Tubalcaim foi meu avô?]. Um dos antigos títulos dos romanis era As Crianças de Caim. O monopólio cigano na metalurgia na Idade Média e possivelmente até seu comércio moderno como negociantes de sucata deriva desse mito de origem [a tribo dos Kalderash tem fama de fazer excelentes caldeirões de cobre]. As Crianças de Caim, ou povo do fogo, eram supostamente magos hereditários com poderes psíquicos, ferreiros e comerciantes de cavalos. Essas categorias se encaixam com as ocupações favoritas dos ciganos por todos os tempos.Por trás desses mitos, está a crença Gnóstica sobre como o espírito puro desanda para o ciclo melancólico e fatigante da existência material na roda do renascimento sublunar [Geoffrey Hodson, teósofo, diz que Belzebu é o responsável pela roda do Samsara], constantemente tentando retornar ao seu reino estrelado. O mundo material é o reino do Tempo e do Destino sobre o qual o Prego Polar Celestial, a Estrela Polar, reina soberano e sereno sobre o destino. A estrela Alpha Polaris é a Estrela Central ou Umbigo do Céu. Como ponto metálico ou qutub, o athame ou espada, a Estrela Polar foi forjada por Tubalo, o deus do fogo dos ciganos que corresponde a Tubalcaim_ do árabe Qyn, ou ponta de ferro (uma lanceta ou lança).
Esse arcano metálico da Estrela Polar pode estar ligado ao mistério egípcio de Bja ou os ossos de ferro meteóricos dos reis estrela envolvidos na transmutação do faraó morto em Osíris na constelação de Órion. (Bauval e Gilbert, 1994: 203-04) Seth também possui um esqueleto de ferro e, em um papiro mágico do século III de Alexandria, a cidde sagrada da tradição Hermética, ele é invocado com o "És o ponto central das estrelas do céu, você, Mestre Typhon." Typhon era o nome grego para Seth, mas também, estranhamente, um nome dado para sua mãe, a Deusa das Sete Estrelas (Ursa Maior ou o Grande Urso).O pólo celestial é o segredo por trás do simbolismo do castelo giratório de quatro lados da Deusa Bruxa. Ele gira eternamente no coração do céu e é o portal de entrada para Hiperbórea, ou a terra além do vento norte. Para o iniciado nos Mistérios, Polaris é simbolicamente a ponta da espada, a cidade de Enoch, e Caim, a Estrela de Ferro, o Umbigo Celestial e a sutura estelar no domo em forma de crânio do céu, o portal de entrada para o Outro Mundo.Sobre o centro cósmico dos céus gira a constelação de Draco, o Dragão. Na Pérsia, era o dragão-serpente Azhdaha, identificado como a Serpente Negra da Luz, Azazil-Ebas, chefe dos Inri ou anjos caídos. A Grande Estrela-Dragão enrolada sobre uma árvore eixo dos mundos é emblemática da serpente da sabedoria enrolada sobre a cruz de Tau, o selo da Arte dos Sábios. A Grande Serpente, Draconis Azhdaha, é significantemente chamada também de Thyphonis Statio ou a Estação de Typhon ou Seth. No planisfério egípcio reproduzido em Oedipus Aegytiacus de Athanasius Kircher (1652), Typhon é mostrado como um dragão escamado escarlate e verde que é equiparado com o deus mais antigo. Esse esquema de cores verde e vermelho retrata a tradição Luciferiana.
Em alguns círculos da Bruxaria Tradicional, as constelações Ursa Maior (O Grande Urso) e Ursa Menor (O Pequeno Urso) são reverenciadas como os veículos siderais do Senhor e da Senhora, o Deus Bruxo e a Deusa Bruxa. Respectivamente, eles são designados como a Carruagem de Nosso Senhor [o de Chifres] e a Carruagem de Nossa Senhora [não é a Maria]. A Ursa Maior também é chamada de Carruagem de São Gabriel. É vista como ataúde estelar, que carrega os espíritos dos mortos. Ela tem conexões duradouras com o Senhor da Grande Caçada, cujos cães são chamados de taramelas de Gabriel (possivelmente relativo à catraca ou roda.)No gnosticismo Persa-Judaico, a Ursa Maior é governada pelo touro demônio com chifres, Asmodeus, lorde da tempestade e da noite. Ele é o filho de Tubalcaim e Naamá [Vovô! ^_^], de acordo com a lenda, ou do rei Davi e Lilith, de acordo com outra. Menos conhecida é a tradição de Bruxaria de Lancashire ligando as estrelas da Grande Ursa com os Sete Assobiadores, os pássaros psicopompos espectrais cujos trinados noturnos misteriosos pressagiam a morte. Tradicionalmente, acredita-se que eles encarnam os espíritos dos judeus que ajudaram na crucificação. A punição divina deles foi vagar como pássaros tristemente voando em círuclos pelo céi para sempre. A Ursa Maior é o veículo celestial da líder feminina da Grande Caçada no folclore e na tradição da Bruxaria. Ela é Holda,Herodias ou Diana-Ártemis, a Deusa Negra e a Grande Senhora da Bruxaria européia. Isso é confirmado pelo encantamento mágico helenístico para Aktos como a cadeira da Grande Caçadora. Esses sistemas estelares girando no céu alto são os veículos cósmicos dos Velhos Poderes [Antigos Poderosos?] de onde os mistérios Cainitas-Ofitos mais-que-humanos foram originalmente transmutados e a semente dos Velhos Deuses e Dos Grandes nasceu eras atrás.

As Plêiades ou Sete Irmãs são chamadas de Galinhas da Noite no folclore europeu. Elas são sagradas para a Dama Branca do Céu (a Deusa Bruxa) no seu aspecto sétuplo, como a chama de sete línguas do candil das virgens estelares. As Plêiades traçam o caminho elíptico ao longo do céu noturno feito pelo sol durante as horas matutinas. Magicamente, seus poderes são contidos, segundo Agrippa, para aumentar a luz dos olhos (possivelmente uma referência ao mito clássico de Órion), para congregar os espíritos, aumentar os ventos, revelar segredos e coisas ocultas. A Rainha Negra de Elfame, a mais sagrada para a Mãe de Rosto Negro, é a estrela gêmea Caput Algol _ Al Ghul, em árabe, significa demônio. Ela está na constelação de Perseu, que representa o semblante maligno da górgona Medusa [em grego, a cabeça da Medusa na égide de Athena é gorgoneión, que é a mesma palavra para o rosto na Lua]. Ela é o aspecto triforme do cacho de serpentes da Deusa grega Hécate-Mormo adorada pelas antigas Bruxas da Tessália.
Essa deusa está ligada à face negra ou ao lado escuro da Lua, e ela protege os portões do mundo subterrâneo. Na demonologia judaica, Algol, um sistema estelar binário rotativo, é conhecido como a Cabeça de Satã e a Estrela de Lilith. O explorador vitoriano sir Richard Burton notou a associação dela com Lilith, a lâmia, o dakini do Hinduísmo, o utug caldeu e o gigim ou demônio do deserto. Agol [é Agol mesmo ou o cara queria dizer Algol e digitou errado?] é o bruxo estrela da striga, corujas grito, ou bruxos italianos [que tradução, minha santa Tana]. Os árabes o chamavam de demônio pestanejante, e Grant (1991: 262) usa numerologia oculta para ligar essa estrela com Melquisedeque e a Fraternidade Branca [a Fraternidade Branca surgiu no Egito, quando Tutmosis III, ainda com o trono nas mãos da tia, ou melhor, com o traseiro da tia Hatshepsut ainda ocupando o trono, quis ter algo pra fazer e reuniu um bando de amigos ocultistas, que se dedicavam a estudar Magia e usavam um... misterioso pó branco pra aumentar a Visão. É, eu também pensei nisso que você está pensando, mas lembrei que a coca é uma planta americana. Então, eu estava lendo uma revista de arqueologia e encontrei a seguinte informação: traços de nicotina e cocaína foram encontrados na múmia de um faraó. Conclusão...] As estrelas Typhonianas de Escorpião, por outro lado, são tradicionalmente a resisdência assombrada do espírito alado familiar noturno Aquila Nigrans, ou L'Aigle Noir, a Águia Negra Fênix Nox (noite). Essa é a Águia Negra, um temmido emissário dos Grandes conhecido há tempos, nos mistérios da bruxaria verdadeira, como Corbeau Noir. De igual importância é outro pássaro celestial, Vega Alpha Lyrae, conhecido como o Abutre Curvo. No Egito, essa estrela foi associada a Maat, a deusa da verdade e consorte de Toth.Espero que essas poucas páginas dos grimórios divinos da sabedoria estrelada antiga tenham iluminado ainda mais o tema mítico deste livro enquanto chegamos ao fim de nossa jornada.

Elas são outro exemplo da transmissão da história antiga da extração da sabedoria Gnóstica dos Céus para o benefício da humanidade em luta por aqueles que ousaram desafiar a ordem cósmica [alguém mais tá lembrando dos Exilados de Capela?] Isso daria a impresssão de que a Gnose ou o autoconhecimento continuam sendo um problema para os inimigos da verdade e os pais da mentira em nosso mundo moderno. Apenas recentemente o arcebispo de Canterbury, dr. George Carey, um homem supostamente bem-educado, conednou a obsessão moderna com a eduação e a aquisição do conhecimento. Ele compara esse modismo com a heresia dos Gnósticos nos primeiros séculos do primeiro milênio cristão. O Igrejismo em suas muitas formas híbridas sempre se opôs à educação das massas e ao autoconhecimento do sagrado e do espiritual. Qualquer coisa que remova o papel da classe sacerdotal como um intermediário entre a humanidade e o Divino ameaça o monopólio espiritual da religião vigente. Ao longo de vários séculos sangrentos desde tempos remotos, as três religiões do Oriente Médio do Livro tentaram alcançar este fim empregando a espada, o laço e o fogo. MIlhares e milhares de seus oponentes foram mortos para encobrir o maior encobrimento e conspiração da história do mundo.

Hoje, quando celebramos o terceiro e último milênio cristão [Amém.], chegou a hora de a verdade ser contada. Este livro e outros que virão são parte desse processo em andamento. A Luz brilhará uma vez mais na escuridão em que estava escondida por séculos e afastará as sombras da ignorância.
A Luz está na Escuridão e a Escuridão é a Luz. #
Fim do texto.